Para a Leitura Corporal, cada forma de vida tem a sua vibração, os seus propósitos de existência e as suas funções na estruturação dos ecossistemas e na funcionalidade do planeta. Sendo a origem da vida uma só, todos os seres participam dos processos de maturação de todos os outros, cada qual fazendo o seu pedaço e emanando os seus princípios ativos.

Assim, beneficiamo-nos da atividade das incontáveis formas de vida que nos habitam e nos rodeiam, tanto para a manutenção como para a reorganização da nossa fisiologia. Atraímos seres que podem nos auxiliar no processo vital de autoaprimoramento, de acordo com o tema que está pronto para ser revisto em um indivíduo em particular ou em vários participantes de um contexto.

Dentro desse pensamento, os piolhos são entendidos como a forma de vida que mais trabalha desenvolvendo o sentido da abundância. O piolho é um grande agente no processo de reconhecimento do direito de possuir. Eles atuam quando se entra no desespero da falta e se começa a viver em função daquilo que pode vir a faltar.

Abundância e desperdício são coisas distintas. Abundância tem a ver com bom aproveitamento e usufruto, enquanto o desperdício remete a uma utilização sem presença, sem desfrute e sem sentido. O que os piolhos ajudam a transformar é a ideia de que existe um teto máximo para a posse do que quer que seja, e que se usar e acabar, não vai ter mais. Eles combatem a projeção da carência, a evocação da falta, cientes que são do direito, que todos têm, a uma vida abundante – se é de diamante ou de areia, para o universo é tudo igual. O que importa é a abundância que cada indivíduo deseja.

E como a vida acontece segundo aquilo que a gente acredita, nada melhor que alguns (ou muitos) piolhos trabalhando para que confiemos na força criativa, produtiva e abundante da vida. O bom uso, com fruição e gozo, só faz multiplicar.