O pé, a rigor, apresenta dois arcos plantares: um longitudinal e outro transversal. Quando esses arcos estão ausentes, determina-se a configuração de pé plano, também conhecido como pé chato.

Para a Leitura Corporal, os indivíduos cujos pés se formatam de forma plana se inclinam mais para as atividades que libertam para a experimentação, para a descoberta e para a ampliação de conhecimentos e domínios. Indivíduos com o pé chato necessitam de movimento, de circulação, e por isso sentem dificuldade em fixar-se, concentrar-se e manter-se por tempo prolongado.

O pé de todos os indivíduos é naturalmente chato até uma determinada fase do desenvolvimento. Aprende-se a andar enquanto o pé ainda é plano. As curvas começam a se formar na medida em que se inicia o aprendizado de como nomear, organizar e satisfazer as próprias prioridades, curiosidades e desejos, desenvolvendo assim a habilidade de permanecer em nome do autoatendimento.

Se os pés permanecem com pouca definição dos arcos plantares, é um convite do corpo para que a competência da persistência seja desenvolvida. Os pés chatos contam que é importante para o indivíduo aprender a permanecer, para que seja possível experimentar, identificar e classificar uma coisa ou situação, seja para desfrutá-la ou recusá-la.

Ao permitir-se criar raízes enquanto se está em algo, desenvolvendo também o poder de identificar o tempo ótimo para deixar de estar, o indivíduo dá a seus pés planos a oportunidade de desenvolver seus arcos naturalmente, na mesma medida com que evolui sua habilidade para persistir.