Para a Leitura Corporal, o esqueleto é o campo de estruturação dos comportamentos do Indivíduo. São os ossos que transformam os anseios, as vontades e as necessidades internas em formas concretas de atuação. Suas células armazenam a matriz comportamental comum à espécie humana, bem como guardam a memória de todos os conteúdos que o Indivíduo, nessa e em outras existências, desenvolveu até ali. A partir da combinação do que é básico e do que é específico, do que é inato e do que é adquirido, do que já foi alcançado e do que se almeja alcançar, os ossos materializam a essência do Indivíduo, e mobilizam a expressão consciente de cada impulso e cada desejo.
Os ossos combinam firmeza e flexibilidade e trazem a sabedoria de que é o aproveitamento do que já foi criado que cria as bases para a reciclagem e a remodelação de si. São estruturas avessas à rigidez comportamental e por isso sempre encorajam a experimentação de formas inusitadas de agir. Afinal, enquanto alicerce da Individualidade, o esqueleto não poderia deixar de estimular que o Indivíduo se permita movimentar no mesmo ritmo de suas pulsões, revisando e reinventado suas condutas para que o sentir e o agir alcancem harmonia e coerência. E é por isso que os ossos adoecem: para ajudar o Indivíduo a alterar, de forma radical ou gradativa, os padrões comportamentais que dificultam o assumir das trajetórias de vida indispensáveis ao próprio movimento evolutivo.
Fazer apenas o que é básico, conhecido ou instituído enfraquece os ossos e limita os processos de expansão, maturação e crescimento. A saúde dos ossos está na disposição para a flexibilidade e para a maleabilidade. Seja experimentando o novo ou inovando o já instituído, o importante é usar e abusar das infinitas formas de fazer-se manifesto, de aproveitar-se e de remodelar-se, sempre.