Para a Leitura Corporal, o tema que ordena os níveis do açúcar circulante no organismo é a ocupação dos próprios lugares. Quando o indivíduo experimenta dificuldades para se apropriar daquelas que são as suas competências e daqueles que são os seus espaços, as alterações glicêmicas podem se fazer presentes, como um recurso do corpo para regular o exercício das competências pessoais.

A hiperglicemia se manifesta quando o indivíduo, pela dificuldade em assumir o que a si compete, concede espaços que são seus e que precisam ser, por ele, apropriados.

A hipoglicemia, por sua vez, é um antídoto para a tendência do indivíduo em mostrar-se imperativo e pouco flexível na ocupação de lugares, papéis ou competências em relação aos quais, em verdade, vive-se um grande grau de desconforto.

Hiperglicemia e hipoglicemia são polaridades de um mesmo assunto. Se pela dificuldade de me posicionar, eu concedo, posso me fazer hiperglicêmico. Se pela dificuldade de me posicionar, eu bato o pé, posso fazer-me hipoglicêmico. Em ambos os casos, a proposta é a mesma: reorganizar a fisiologia e o comportamento, para que o indivíduo desenvolva a habilidade de se posicionar devidamente e confortavelmente, tomando para si o que a si compete, deixando para o outro o que é do outro.

Todos têm o seu lugar – não é preciso conceder, não é preciso brigar. Basta descobrir-se, exercer-se e apropriar-se dos espaços que, por serem próprios, não cabem a mais ninguém.