A Leitura Corporal entende a ânsia como uma qualidade psíquica natural, cuja função é essencialmente motivadora. Vive-se a ânsia no desconhecido e no conhecido, nas expectativas e nas frustrações, bem como nas infinitas inquietudes que animam o indivíduo a viver e que alimentam seu desejo de continuar. Vive-se a ânsia também nos medos, nos limites e nas dificuldades que permitem a cada um localizar-se, para então definir a melhor trajetória para si.
A ânsia acompanha os movimentos internos, fazendo-se exacerbada quando o indivíduo, pela razão que for, deixa de perceber ou de considerar seus conteúdos vitais. A vivência de síndromes ansiosas (click aqui para saber mais) e de estados depressivos (click aqui para saber mais), aos olhos da Leitura Corporal, são fruto da desatenção, da desconsideração ou do controle excessivo sobre os próprios anseios. O corpo então produz a ânsia de forma aumentada, como um convite exasperado para a observação da própria vida, para a atenção aos próprios anseios e para a busca de caminhos que verdadeiramente representem e atendam às necessidades e aos desejos pessoais.
A ânsia evolui de tal forma a tornar-se desmotivadora para que o indivíduo localize os aspectos que estão sendo contidos e incubados, em vez de aceitos, processados e experimentados. A proposta do corpo é frear os movimentos de controle excessivo sobre si, deslocando o olhar daquilo que se quer sustentar fora para melhor perceber o que pulsa e não está sendo sustentado dentro.
A condição humana é naturalmente mutante. Aceitando ser irregular, aceitando mudar de hábitos, o indivíduo humaniza sua relação consigo e com suas ânsias, alimentando sua função saudável de ser instigadora de experimentos e descobertas. Afinal, nada precisa ser definitivo e para tudo há sempre mais de uma alternativa. Basta permitir-se fluir, permitir-se mudar, de acordo com o próprio movimento.