A dor é nada mais que um instrumento de cura. É um caminho, dentre tantos outros, que promove o contato consigo, ativa planos de consciência latentes, fazendo com que, de uma forma ou de outra, o Indivíduo se ocupe de pensar sobre a própria vida.

A dor é um recurso curativo que, aos olhos da Leitura Corporal, apresenta uma vantagem sobre os demais: ela faz com que se perca a capacidade de fugir de si mesmo. Porém, ela traz também a desvantagem de estimular a autoconsciência em um momento que a grande maioria de nós considera como de fragilidade, de angústia, de impotência e de dependência do outro. E ao sentir-se fragilizado, o Indivíduo reduz de imediato a ativação do seu poder de autocura.

É preciso modificar a forma como a dor é conceituada, para que sua manifestação seja experimentada de acordo com seu real propósito. Ao contrário de incapacitar, a dor pretende habilitar o Indivíduo a encontrar a melhor forma de viver as próprias características. Ela não quer ser dominada pelo externo, mas entendida, conhecida e aproveitada por quem a sente e vive.

A dor é um sinal de saúde, que só dura o tempo necessário para ser compreendida. Se algo em você dói, lembre-se de que se está absolutamente apto, forte e no direito de experimentar a si com liberdade. Assim se entra no caminho da cura, que só cada Indivíduo pode descobrir e trilhar.