Para a Leitura Corporal, o tornozelo é o “Centro do Equilíbrio“. É a articulação que ordena os processos de conquista e de manutenção do equilíbrio físico, emocional e comportamental, visando a continuidade do movimento em quaisquer que sejam as circunstâncias. Ele trabalha para libertar o indivíduo de suas “pseudo-estabilidades”, onde predominam os movimento repetidos, lineares ou preconizados, que obstruem os espaços para a movimentação dinâmica do Ser.
As disfunções do tornozelo incentivam a abertura e a disposição para experimentar os vários tipos de chão que a vida oferece, alternando entre pisos altos, baixos, livres, com obstáculos, lisos, derrapantes, macios, ásperos, etc. É propósito do tornozelo fazer entendida e aceita a instabilidade, pois é essa a condição que permite o redirecionamento e a adequação dos cursos, evitando assim que movimento seja interrompido frente ao inusitado ou inesperado.
Quando o indivíduo vive a sensação de ter tido puxado o próprio tapete, mas resiste em assumir-se instável e sem chão, uma labirintite pode se manifestar para lembrá-lo que a vida não é estática, e que as reformulações das referências de direção são tanto possíveis como desejáveis. É um convite do corpo para que se acompanhe o movimento da vida, pois o mundo gira, inevitavelmente. A sensação de estar sem chão, assim, traz uma ótima oportunidade para a identificação e a construção de uma base muito mais sólida ou verdadeira para si.
Estar estável não significa estar estático. Pelo contrário: a estabilidade verdadeira é conquistada através do e no movimento. Portanto, não tema os caminhos que não conhece, pois são eles que proporcionam a verdadeira segurança de si e a habilidade em retomar o equilíbrio sempre que necessário.