Para nós, humanos, o senso de pertencimento é de importância vital. Somos uma espécie de indivíduos absolutamente singulares cuja natureza é social. Assim, para que possamos usufruir da condição gregária que nos caracteriza, é necessário desenvolver as habilidades da adaptação e da adequação – capacidades que a Leitura Corporal associa às funções do 1º Centro de Força e que permitem que cada indivíduo, com sua configuração particular, pratique os ajustes necessários para que possa conviver com as novidades, as diferenças e as discrepâncias inerentes às relações, aos contextos e aos ambientes.

Esses ajustes podem se dar através da mudança de si ou do fortalecimento do sistema de imunidade. Assim, pode ser que a transformação de valores e comportamentos promovam uma adaptação saudável, assim como pode ser que a ancoragem sólida nos próprios princípios possibilite ao indivíduo conviver com o que não lhe diz respeito sem que isso o ameace. Ambos os caminhos possibilitam o ingresso saudável naquilo que se quer adentrar, favorecendo a apropriação do sentimento de pertencer.

Mas o uso das habilidades da adaptação e da adequação em prol da própria vontade de estar ainda é exceção na nossa humanidade. A regra é ajustar-se às demandas do outro, na esperança de assim sentir-se valorizado. E esse movimento, em vez de propiciar o pertencimento, alimenta o experimento do “sem lugar”.

As desordens da adequação e da adaptação são temas que estão no topo da lista de causas prováveis para as doenças músculoesqueléticas.    A Leitura Corporal diz: se eu estou precisando o tempo todo do reconhecimento do outro, na verdade eu não estou verdadeiramente me sentindo parte. E se eu não me sinto parte, é porque eu não estou inteiro lá. 

Quando se está inteiro, a partir de si e do próprio querer, a questão de pertencer ou não pertencer nem existe. O que o externo acha ou deixa de achar é assunto dele: referenciado em mim, eu pertenço. Simples assim!