O primeiro ambiente que a criança conhece é o corpo de sua mãe. E é nele, aos olhos da Leitura Corporal, que ela encontra as referências primárias para o desenvolvimento e a expressão do seu psiquismo. Desde o início da gestação, o bebê se desenvolve imerso nos sentires dessa mulher que escolheu como mãe, e as maneiras como ela nomeia, qualifica e representa suas pulsões vão sendo por ele sentidas e registradas.

É nesse sentido que a Leitura Corporal afirma que é a mulher quem fornece os primeiros conceitos a esse Ser que acaba de chegar ao universo humano da linguagem. Conceitos que mais tarde serão somados a outras referências, e que poderão sempre ser ressignificados – mas que, sem dúvida, exercerão uma forte influência na composição da Identidade e da personalidade da criança.

A maneira como se conceitua uma pulsão pode permitir ou inibir sua fluência, pode qualifica-la de um jeito ou de outro, e pode desencadear confortos e incômodos. E todo esse trânsito de sentires e interpretações vão fornecendo ao bebê as matrizes essenciais à construção da sua Individualidade nessa existência.

Quanto mais próxima de si e das próprias referências a mulher que gesta estiver, mais confortável, saudável e harmonioso é o ambiente oferecido à sua prole. Se no processo de tornar-se mãe a mulher abdica de sua feminilidade, de suas querências e preferências enquanto indivíduo, colocando-se de forma passiva frente às orientações externas, o corpo pode produzir muitas náuseas, enjoos e vômitos – que são recursos para evitar que se permaneça em concordância com o que é contrário e invasivo aos processos pessoais. Essas desordens digestivas, que até certo ponto são naturais ao processo de adaptação do corpo a uma nova energia, manifestam-se com mais intensidade com o único propósito de preservar a Identidade e a Individualidade da mulher, não deixando entrar as determinações, os valores e as intenções que, naquele momento, não são compatíveis com a própria saúde e o bem estar.

Dentro dos preparos da gestação, a dica da Leitura Corporal é lembrar de lembrar-se de si. Quanto mais autênticas as mulheres puderem ser, quanto mais atenção aos próprios sentires puderem praticar, e quanto mais fluentes as formas de conceituar, mais referências de saúde serão transmitidas à criança. E menos enjoos serão necessários!