Para a Leitura Corporal, os intestinos formam o Sistema de Sustentação da Dinâmica Orgânica e de Maturação do Sentido de Propriedade. Muitas funções psíquicas são organizadas e desenvolvidas ao longo dessa extensa e incrível estrutura. Dentre elas, a habilidades de bem aproveitar ganhos e perdas e a prática saudável do apego e do desapego.

Enquanto campo de absorção de nutrientes físicos e emocionais, os intestinos funcionam como verdadeiros mananciais para a estruturação e a nutrição de dons, posturas e realidades pessoais. O metabolismo das referências e parâmetros externos formam substratos essenciais para a autoconstrução, possibilitando a composição de formas de ser, de comportar-se e de colocar-se no mundo segundo os anseios e valores da Identidade.

A atividade intestinal é essencial ao desenvolvimento de competências e à apropriação de si, dos contextos criados e das relações. A inteligência dos intestinos gerencia o fluxo das necessidades de ter e deixar de ter – sabem dos espaços que precisam ser liberados e dos preenchimentos carecidos pelo Indivíduo, produzindo impulsos de busca, desejos de posse, ímpetos de desapego e vontades de vazio.

Os sintomas intestinais retratam e tratam o hábito de conter o que se tem a oferecer (intestino preso); de deixar ir o que ainda é necessário, com desapego foçado (diarreia com dor); de controlar a expressão autêntica das emoções (gases), entre outras manifestações relacionadas às funções do autopreenchimento, da apropriação de si e do exercício do que a si compete.

Os intestinos ensinam que mais importante que possuir é saber usufruir, que oferecer é tão vital quanto conquistar e que a única apropriação verdadeira é a posse de si mesmo.  No movimento de preencher-se e esvaziar-se, eles possibilitam a cada indivíduo conhecer-se, construir-se, exercer-se, aprimorar-se e oferecer-se, garantindo o peristaltismo saudável dos comportamentos e das emoções.