Para a Leitura Corporal, a cistite e a incontinência urinária são as manifestações que mais assinalam a vivência da mágoa e do ressentimento. Na cistite, a mágoa do Indivíduo é com a própria atuação. A incontinência urinária, por sua vez, indica que o ressentimento vivido tem sua origem na conduta do outro.

A palavra da cistite é “autocontenção”. Sua presença e evolução no organismo sinalizam a existência de características, desejos ou necessidades que o Indivíduo, embora reconheça como próprios, escolhe não manifestar para fazer-se segundo uma performance tida como certa. E assim fazendo, o Indivíduo vive o ressentimento consigo, por ter contido aqueles movimentos que lhe trariam uma verdadeira satisfação. A cistite surge então com a proposta de flexibilizar o compromisso do Indivíduo com o “correto”, para que ele se autorize agir segundo o seu desejo.

Na incontinência urinária, o sentimento de mágoa está relacionado aos movimentos do outro.  Seja por uma ação do outro que envolve diretamente o Indivíduo, ou pela decepção do Indivíduo com a forma do outro conduzir a própria vida, a incontinência urinária indica que há um acúmulo de ressentimentos não expressos, muitas vezes não assumidos, e para aquele Indivíduo é importante encontrar formas de reconhecê-los e manifestá-los.

Sentimento não assumido é sentimento eterno. Autorizar-se sentir o que se sente é o primeiro passo para aproveitar aquilo que incomoda como instrumento para o autoconhecimento e a aceitação de si. A partir daí, toda transformação se faz possível, e não há mágoa que não possa ser ressignificada e convertida em combustível para a alegria.