A vivência da ansiedade é natural. Em intensidades moderadas, ela nos prepara para o experimento de novidades, incertezas, medos e expectativas diversas.
Mas a ansiedade pode atingir patamares clínicos, que desorganizam ou paralisam a ação.
E isso acontece quando há uma contenção muito grande de movimentos direcionados à realização de anseios e desejos pulsantes. Geralmente, pelo medo do insucesso, pelo sentimento de não merecimento, entre outras projeções de obstáculos que inibem a assertividade e a confiança na capacidade pessoal de fazer acontecer a concretização.
Veja algumas dicas da Leitura Corporal para a organização do momento ansioso:
- A teatralização (a simulação consciente) é um antídoto primeiro dos estados de ansiedade. Por exemplo: simular a ligação por telefone e a conversa que se quer ter. Basta pegar o telefone, simular a discagem, esperar pelo atendimento, e realizar a conversa, a pergunta ou a exteriorização que se quer fazer. É uma ação que ajuda a gastar um pouco da energia contida, reduzindo o estado de ansiedade. Essa prática deve ser usada com cautela, para não se tornar um recurso de autoengano.
- Acatar, sem maiores análises, quereres que podem ser facilmente realizados. Por exemplo: o desejo súbito de fazer algo, de comer alguma coisa específica, de realizar alguma atividade fora do plano ou do horário habitual. Acolher o desejo e satisfazê-lo de forma assertiva são ações que evitam o experimento de picos de ansiedade.
- Sensibilizar a cavidade bucal, passando com delicadeza a ponta da língua por todo o palato duro, várias vezes ao dia. Enquanto “Estrutura Ordenadora da Relação com o Prazer e a Saciedade”, o palato ativa a disponibilidade para o alcance dos anseios pessoais. A disposição e a confiança na capacidade da autorrealização são estados que permitem a vivência da ansiedade nos seus patamares saudáveis.